segunda-feira, 27 de outubro de 2008

.

ESTOU SÓ, arrumo a flor de cinzas
no vaso cheio de maduro negrume. Boca-irmã,
falas uma palavra que sobrevive diante das janelas
e escala muda o que sonhei, em mim.

Eis-me na flor da hora murcha
e poupo uma resina para um pássaro tardio:
ele traz o floco de neve na pluma vermelho-vida;
o grãozinho de gelo no bico, e atravessa o verão.

Paul Celan
Por Claudia Cavalcanti, em 'Cristal'.

Um comentário:

Anônimo disse...

thai, te linkei no meu site.
beijo