terça-feira, 16 de dezembro de 2008
...
Mestre, são plácidas
Todas as horas
Que nós perdemos,
Se no perdê-las,
Qual numa jarra,
Nós pomos flores.
Não há tristezas
Nem alegrias
Na nossa vida.
Assim saibamos,
Sábios incautos,
Não a viver,
Mas decorrê-la,
Tranqüilos, plácidos,
Tendo as crianças
Por nossas mestras,
E os olhos cheios
De Natureza...
À beira-rio,
À beira-estrada,
Conforme calha,
Sempre no mesmo
Leve descanso
De estar vivendo.
[...]
Colhamos flores.
Molhemos leves
As nossas mãos
Nos rios calmos,
Para aprendermos
Calma também.
Girassóis sempre
Fitando o sol,
Da vida iremos
Tranqüilos, tendo
Nem o remorso
De ter vivido.
Por Ricardo Reis* - Fernando Pessoa
*A ausência desse poeta no blogue foi sabiamente constatada pelo atento olhar literário do amigo Norival Leme Jr., a quem agradeço pela sugestão.
Todas as horas
Que nós perdemos,
Se no perdê-las,
Qual numa jarra,
Nós pomos flores.
Não há tristezas
Nem alegrias
Na nossa vida.
Assim saibamos,
Sábios incautos,
Não a viver,
Mas decorrê-la,
Tranqüilos, plácidos,
Tendo as crianças
Por nossas mestras,
E os olhos cheios
De Natureza...
À beira-rio,
À beira-estrada,
Conforme calha,
Sempre no mesmo
Leve descanso
De estar vivendo.
[...]
Colhamos flores.
Molhemos leves
As nossas mãos
Nos rios calmos,
Para aprendermos
Calma também.
Girassóis sempre
Fitando o sol,
Da vida iremos
Tranqüilos, tendo
Nem o remorso
De ter vivido.
Por Ricardo Reis* - Fernando Pessoa
*A ausência desse poeta no blogue foi sabiamente constatada pelo atento olhar literário do amigo Norival Leme Jr., a quem agradeço pela sugestão.
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Um comentário:
O remorso de viver não cabe mesmo na vida, mas nem por isso temos de ser comedidos...rs
Sábia escolha, como de costume. Esse blog me deixa melhor! Viva.
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