quarta-feira, 16 de julho de 2008

cor de Rosa (Fragmentos - 4)

Mas eu olhava (...), com um prazer de companhia, como nunca por ninguém eu não tinha sentido. Achava que ele era muito diferente, gostei daquelas finas feições, a voz mesma, muito leve, muito aprazível. Porque ele falava sem mudança, nem intenção, sem sôbejo de esforço, fazia de conversar uma conversa adulta e antiga. Fui recebendo em mim o desejo de que ele não fosse mais embora, mas ficasse, sobre as horas, e assim como estava sendo, sem parolagem miúda, sem brincadeira - só meu companheiro amigo desconhecido.

João Guimarães - Grande Sertão: Veredas

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