domingo, 22 de junho de 2008

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À NOITE, quando o pêndulo do amor oscila,
entre Sempre e Nunca,
tua palavra junta-se às luas do coração
e teu tempestuoso olho
azul entrega à terra o céu.

De bosque distante, enegrecido de sonho
sopra-nos o apagado,
e o perdido rodeia, grande como os fantasmas do futuro.

O que então se afunda e se ergue
vale para o intimamente enterrado:
cego como o olhar que trocamos,
beija o tempo na boca.

De Paul Celan

Por Cláudia Cavalcanti, em 'Cristal'

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