quarta-feira, 26 de novembro de 2008

Flaubert e Clarice...

Seu par de olhos não basta; o quadro visto através deles, por si mesmo, é uma pobre coisa, pois ela só pode ver o que sua mente é capaz de apreender; e isso tampouco lhe faz justiça, uma vez que ela mesma, em grande parte, é a criação das coisas que a cercam.
Por Gustave Flaubert, em 'Madame Bovary'
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Toda compreensão súbita é finalmente a revelação de uma aguda incompreensão. Todo momento de achar é um perder-se a si próprio. Talvez me tenha acontecido uma compreensão tão total quanto uma ignorância, e dela eu venha a sair intocada e inocente como antes. Qualquer entender meu nunca estará à altura dessa compreensão, pois viver é somente a altura a que posso chegar - meu único nível é viver.
[...]
Durante as horas de perdição tive a coragem de não compor nem organizar. E, sobretudo a de não prever. Até então eu não tivera a coragem de me deixar guiar pelo que não conheço e em direção ao que não conheço: minhas previsões condicionavam de antemão o que eu veria. Não eram as antevisões da visão: já tinham o tamanho de meus cuidados. Minhas previsões me fechavam o mundo.
Por Clarice Lispector, em 'A Paixão Segundo G.H.'
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Triple Self-Portrait, por Norman Rockwell,
pintor americano - 1894-1978

2 comentários:

Anônimo disse...

O anterior está errado. Este é o correto (esse meus loirinhos que não me abandonam nem quando a tinta se vai!!!): "Claricinha que me perdoe, mas não vou me jogar nos braços do desconhecido. Vou com o familiar mesmo. Vou pro shopping comprar bolsa E sapato. hahahaha ai ai...vida besta, né?! Mega-sena seria tuuuuudo neste momento!
bjs,
Dani"

Thai disse...

Sabe que iria até pro inferno se vc precisasse, mas pro shopping...nem morta! Nenhum pecado meu é assim tão grave!!
Beeeeeeeeeeeijo!