quinta-feira, 4 de junho de 2009

NÃO HÁ PIOR ANGÚSTIA QUE A ESPERANÇA

Para um sistema, obter a indiferença geral representa uma vitória maior do que qualquer adesão parcial, por mais considerável que seja. E, na verdade, é a indiferença que permite as adesões maciças a certos regimes; as consequências disso já são conhecidas.
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Os projetos que queremos combater foram solidamente inscritos conforme os únicos princípios agora em circulação; portanto, eles parecem arraigados, inevitáveis e tranquilamente instalados nos fatos!
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Essas classes (ou essas castas) jamais cessaram de agir de suplantar, de espreitar, nem de ser solicitadas, como tentadoras, detentoras de seduções. Seus privilégios se tornam objetos de fantasias, dos desejos da maioria, até mesmo muito daqueles que, sinceros, diziam combatê-los. O dinheiro, a ocupação de pontos estratégicos, os postos a distribuir, os vínculos com outros poderosos (...) a comodidade, o luxo são alguns exemplos dos quais nada pode separá-las.
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Fora do clube liberal, não há salvação. Os governos sabem disso, já que se submetem àquilo que representa, sem dúvida, uma ideologia...
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A era do liberalismo, que soube impor sua filosofia sem ter realmente que formulá-la e nem mesmo elaborar qualquer doutrina, de tal modo estava ela encarnada e ativa antes mesmo de ser notada. Seu domínio anima um sistema imperioso, totalitário em suma, mas, por enquanto, em torno da democracia e, portanto, temperado, limitado, sussurrado, calafetado, sem nada de de ostentatório, de proclamado. Estamos realmente na violência da calma.
Citações do livro 'O Horror Econômico' de Viviane Forrester.

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