sexta-feira, 5 de setembro de 2008

Gilles Lipovetsky, em palestra

"É necessário que a gente invente uma pedagogia das paixões - oferecer alvos às pessoas, objetivos capazes de mobilizar suas paixões em outro lugar que não seja o universo das marcas e do consumo. Outros desejos, outros centros de interesse - esportes, música, dança, arte, um empreendimento, outras paixões".
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"Temos que inventar novos modelos de educação e de trabalho, que permitam às pessoas encontrar um modelo pessoal, que não seja regido pelo consenso em paradoxos de consumo".
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"Exemplo de paradoxo: Os corpos são livres, mas a miséria sexual se mantém".
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"A sociedade hipermoderna não deve ser destituída; ao menos ela tem uma virtude: legitimou aquilo que as tradições milenares se esforçam para mostrar".
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Gilles Lipovetsky é filósofo francês e professor. Possui atualmente, cerca de 63 anos e diversos livros publicados. Dentre eles, 'Sociedade da Decepção', 'Era do vazio: ensaios sobre o idividualismo contemporâneo', 'Império do Efêmero: a moda e seu destino nas sociedades modernas'.
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Sociedade da Decepção
O livro trata de uma sociedade que vive de excessos, que tem mania de consumo e que ao mesmo tempo desperdiça tudo que é possível. Gilles Lipovetsky, criador do conceito de hipermodernidade para definir os tempos de hoje, explica porque a sociedade vive um momento tão triste, com elevados índices de suicídios, de depressão e de dependências diversas. Segundo ele, o enfraquecimento da religião é um dos principais fatores da decepção atual. Sem fé as pessoas não têm referenciais e ao primeiro choque, caem num abismo de desamparo e frustrações, explica o autor. Essa era do consumismo modificou muito mais a vida da humanidade do que todas as correntes filosóficas do século XX reunidas, tanto para o bem quanto para o mal. Nunca fomos tão livres social e politicamente, e tão submissos (ao consumismo, por exemplo), analisa Lipovetsky.

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