quarta-feira, 2 de setembro de 2009

Nalgum lugar...

nalgum lugar em que eu nunca estive, alegremente além
de qualquer experiência, teus olhos têm seu silêncio:
no teu gesto mais frágil há coisas que me encerram,
ou que eu não ouso tocar porque estão demasiado perto

teu mais ligeiro olhar facilmente me descerra
embora eu tenha me fechado como dedos, nalgum lugar
me abres sempre pétala por pétala como a Primavera abre
(tocando sutilmente, misteriosamente) a sua primeira rosa

(...)

(não sei o que há em ti que fecha
e abre; só uma parte de mim compreende que a
voz dos teus olhos é mais profunda que todas as rosas)
ninguém, nem mesmo a chuva, tem mãos tão pequenas

Por E. E. Cummings
Tradução de Augusto de Campos
Do blog antoniocicero.blogspot.com

Um comentário:

Norival Leme Jr disse...

Oi. vc deve conhecer, mas não consigo ficar sem comentar:
http://www.youtube.com/watch?v=EGIKsW_VeGs&feature=related